quinta-feira, 30 de outubro de 2008

ÉTICA




Chegou-me via e-mail, esta fotografia do que se diz ser a nova aquisição do Kutis com o dinheiro da autarquia, é claro! Sem querer entrar numa de criticar por criticar, quando se pode utilizar como crítica ao novo edil praiense outros argumentos, também não percebi a mensagem do kutis a esse respeito porque, a compra desta máquina, pode até ser legal e sem truques de comissões pelo meio. Mas, perante a crise económica que neste momento se atravessa, e as dificuldades financeiras que ele mesmo faz questão de trazer a público e que entendemos ser real pelo que assistimos na anterior gestão, a compra deste topo de gama, seja ele por quatro mil e quinentos contos ou dez mil contos, é de todo IMORAL.

LITRATU


Fotografia:Baluka Brazão

Para quem gosta de fotografia, a partir de agora poderá ver alguns dos retratos que tenho feito no novo Blog que criei para esse fim.Espero que quem venha a utilizar essas fotografias respeite os direitos do autor.Ou seja que pelo menos faça referência ao autor.
O endereço é:www.litratu-tera.blogspot.com
Abraço a todos.
Baluka Brazão

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

UM FUS KI TXÊRA


Foto:Baluka Brazão


Afinal, quando querem, as nossas Polícias funcionam como deve ser! E aqui deve-se elogiar sobretudo a Polícia Judiciária que tem apresentado alguns resultados no combate ao tráfico de drogas no país.
Mas é de se saudar a intervenção feita por esta policia em colaboração com a PN junto dos cambistas do Platô que passeiam impunemente pelas principais ruas do centro da cidade, importunando a todos quantos passam por essas vias. Descobriram-se agora ligações entre estes “balcões de câmbio ambulante” e o tráfico de drogas, e poder-se-á falar também de outras formas ilícitas de fazer negócio e de prosperar, tornando-se depois grandes empresários nacionais, como o José, do último texto do César Cardoso, trazido à estampa pelo Jornal CV CONNECTIONS. Para além de divisas e droga, é muito provável que também se vendam armas e munições nesse mesmo local, e ainda, tabaco contrabandeado.
A mensagem da impunidade perante estes crimes, associado ao fácil enriquecimento dos que o praticam, fez aumentar ao longo destes anos, a quantidade de Trocadores de dinheiro que se concentram nas imediações do mercado do Platô, fazendo os seus negócios, na barba cara dos agentes da autoridade que por aí passam.
Mais uma vez, o incumprimento da lei vem beneficiando o infractor e prejudicando a sociedade. Tardam as medidas para corrigir esta situação...
Será este o tipo de futuros empresários e valores que se pretende para o país?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

GERADORES...


Fotografia: Baluka Brazão


Após a leitura da extensa entrevista conjunta do nosso Prime e do Ex-Prime, ficou-me a sensação de que tudo o que se passa por cá e que tem dificultado a vida do nativo destas ilhas, está devidamente identificado e que está-se a dar os paços certos no sentido de rectificar as decisões políticas menos acertadas que nos puseram nesta situação. Afinal Cabo Verde continua a ser um país seguro e atractivo para o negócio, apesar das várias notícias que têm sido trazidas a público sobre essas questões de importância vital para o desenvolvimento económico di nôs Tera.
Sem dúvidas que é bom termos um Prime que gosta de poesia e que por isso sonha e tem capacidade de ver um pouco mais além do que o comum dos políticos. E, na verdade, o que mais se tem feito nos últimos tempos em cabo verde, são obras de infra-estruturação. Essa política virada para a criação de condições físicas para que o país possa ter melhores oportunidades de crescimento económico, fez com que por algum tempo, algumas questões de ordem social, tenham sido relegadas para segundo plano. Questões como a segurança, as condições para que os jovens pudessem ter oportunidades de formação e de acesso ao emprego, e ainda reformas que produzissem uma justiça mais célere só agora estão a ser alvo de um tratamento mais consentâneo.
Quem tiver paciência para ler todo o texto da entrevista, ficará com uma ideia de que apesar dos problemas com maior ou menor relevância para o futuro do país, os nossos políticos serão capazes de apresentar soluções para resolvê-los da melhor forma, apesar das discussões a que assistimos de tempos em tempos na Assembleia Nacional!
O discurso digere-se muito bem mas para quem ouve de fontes credíveis que para resolver os problemas da Electra a curto prazo serão necessários investir entre 250 a 500 milhões de euros… e é bom que se entenda que neste momento essa empresa está a racionalizar a distribuição de energia porque não tem dinheiro para pagar aos fornecedores de combustível, que tem uma rede de fornecimento obsoleta, e que não consegue cobrar as suas dívidas, e que não consegue controlar o roubo de energia, etc, etc, etc…
O melhor mesmo é pensar em investir na venda de geradores de energia eléctrica, pois por mais um bom período de tempo será concerteza um bom negócio. Infelizmente lá teremos que continuar a sofrer com a poluição sonora e ambiental e com as taxas que vão aparecendo como “bardolega na tempo txuba”.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

EXPECTATIVAS



Durante o mês que agora termina viveu-se mais um aumento substancial nos preços dos combustíveis no país. A sociedade civil, como já se vem tornando hábito, ficou em “parva e serena”. Não mugiu nem tugiu.
Este quadro social, dejá vu, que vem se repetindo, perante medidas que afectam claramente o poder de compra dos cabo-verdianos, pode levar a pensar que a situação económica que cabo verde atravessa é boa. Tão boa que apesar de se terem verificado três aumentos significativos nos preços dos combustíveis num período de cerca de seis meses, no mesmo ano, as reclamações que se ouviram, foram quase que insignificantes, face ao impacto que essas subidas de preços têm na vida deste povo. Os únicos de quem se ouviu reclamações mais acaloradas, foi dos representantes de algumas empresas de transporte rodoviário e marítimo que se dizem lesados nos magros lucros que obtêm, devido ao aumento das despesas, com a compra de combustíveis.
Sobre o silêncio da sociedade civil… se eu fosse um dos políticos responsáveis pela governação do país ficava preocupado. Porque, é no mínimo estranho que, estando claramente a perder o poder de compra, muito pouca gente manifeste qualquer tipo de desagrado perante esta situação. Por isso, há que pensar que, das duas uma: ou há um consenso que apesar das dificuldades económico que o mundo e o país atravessam os cabo-verdianos estão dispostos a sacrificar-se ainda mais para que o actual governo possa continuar a apresentar números positivos perante as organizações internacionais que nos vêm concedendo empréstimos para o desenvolvimento de Cabo Verde, ou então, estão todos á espera do melhor momento para dar resposta a estes aumentos mal explicados. Vêm aí as eleições legislativas, e parece ser um grave erro ignorar o aviso vindo das autárquicas. Pois, porque apesar destas medidas serem impostas pela ARE, que diz-se ser uma Agência de Regulação Económica independente, a verdade é que, estas medidas descompassadas, ajuda a aumentar as receitas dos importadores e distribuidores de combustíveis, e, o ao governo, ajuda a arrecadar mais impostos.
É claro que todo este processo de aumento de preços dos combustíveis leva a reflectir sobre a oportunidade da medida, principalmente, este último aumento que acontece quando se verificou uma queda dos preços do barril de petróleo a nível internacional, de cento e quarenta dólares para cerca de noventa e tal dólares por barril de petróleo. Como será quando voltar a aumentar?
Perante este cenário fica no ar a pergunta: será que esta foi a forma que se encontrou para compensar o imposto de manutenção rodoviária que o MPD chumbou no parlamento?
Se essa for a leitura do eleitorado, e não havendo correcções por parte do governo no sentido de garantir aos eleitores que nada tem a ver com estes sucessivos aumentos de combustíveis - com principal incidência sobre este último -, estará a entregar os votos de muitos cabo-verdianos que simpatizam com o PAICV, ao MPD, porque estes poderão entender que, esta é a única forma de refrear esta continua perda de poder de compra e consecutiva perda de qualidade de vida. Note-se que, desde que o partido que está no governo reassumiu a governação do país, que vem tomando medidas no sentido de se ir equilibrando os cofres do estado - que dizem ter encontrado praticamente vazios. E apesar da maior parte dessas medidas terem sido tomadas de forma acertada, e com o consentimento da maioria dos cabo-verdianos - que reafirmaram a sua confiança neste partido, conferindo-o um segundo mandato de governação -, a sensação que se tem, é que na prática, muito poucos usufruem das melhorias conseguidas com o sacrifício de todos. E isso poderá acontecer mesmo dentro da classe média, que cada vez mais, vai tendo dificuldades para lidar com o orçamento mensal. Há o crédito da casa para pagar, a conta do carro, o combustível, a oficina, o telefone, as mesadas do filho que está a estudar no Brasil, os canais de televisão a cabo para ver as novelas brasileiras, as férias em Fortaleza… entre outras coisas que todo o cabo-verdiano dos dias de hoje ambiciona minimamente.
De resto a realidade diz-nos que vivemos num país onde as políticas de estado estão cada vez mais viradas para o negócio. A tal ponto que nem mesmo os lugares julgados sagrados, como é o caso da Biblioteca Nacional, são poupados dessa lógica de arrecadação de receitas. A partir de agora, os praienses estarão mais próximos das instalações desse edifício… não porque se tornou esse espaço de busca de conhecimento num lugar mais atractivo, porque passou a ter um espaço de novas tecnologias para o acesso á informação, mas porque se instalou nesse edifício nobre, um balcão de cobranças da CV TELECOM!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ECO


Imagem: Sebastião Salgado





O A Semana on-line traz á estampa hoje, a notícia da aprovação de um pacote de seis novos projectos, nacionais e estrangeiros, estimado em cerca de quatrocentos milhões de euros para o sector da imobiliária.
Este é um sector onde se tem investido enormemente em Cabo Verde e obtido muito bons resultados em termos de facturação, das empresas que estão nesse ramo de negócio. Mas paralelamente a isso, vai-se degradando a condição social dos trabalhadores dessa obras - que são a mão-de-obra barata, explorada por essas empresas -, assim como dos locais onde se têm concentrado esses investimentos, porque o único propósito desses empresários, e pelos vistos também dos responsáveis dessas autarquias, e do próprio governo, é obter o maior lucro possível com esses negócios. Não percebem no entanto, que com essa conduta, estão a pôr em causa o futuro desse grande investimento.
A esse propósito, gostei especialmente da reacção da Teresa Brito, e por isso, deixo aqui, em jeito de eco, o texto da sua indignação:

Novo pacote de investimentos no turismo significa mais hotéis & resorts e resorts & hotéis? Ontem, nas notícias da RTP África, das 19h30m, vi uma peça referente à "ilha maravilhosa" que me deixou revoltada.A vila de Sal-Rei com aquele horrível aglomerado de barracas de papelão,albergando trabalhadores que constroem as grandes unidades hoteleiras para receber turistas internacionais? Como foi possível chegar a esse extremo? Queremos uma Boavista à semelhança do Haiti e de outros destinos apregoados onde o exotismo convive com o relaxismo? Seria bom que os autarcas, a população local e as grandes construtoras, pensassem urgentemente um plano para inverter a situação, pois num eventual cenário (CRUZ CREDO) de epidemia, as perdas podem ser avultadíssimas para todas as partes,mas principalmente para as construtoras. Nenhum turista no seu perfeito juízo quer regressar a paraísos infectados. Que tal uma atenção especial para o saneamento básico? E a construção de um bairro social para alojar esses trabalhadores, com uma renda económica. Se recebem um salário é mais que lógico e justo que paguem uma renda para uma habitação condigna. Segundo comentários de alguns investidores, o recurso à mão-de-obra de ilhas vizinhas bem como de gente oriunda de outras paragens tem a ver com o facto de os locais não quererem trabalhar. É caso para perguntar: onde está a dinâmica de trabalho que, outrora, projectou a Boavista para uma significativa prosperidade? Mais recente,na minha infãncia, lembro-me dos navios como Sal- Rei, Maria Tereza e outros que transportavam a famosa CAL, o seu SAL-REI, o bom carvão, a "tchacina", vasilhames de barro, o queijo divino e as tâmaras das "mil e uma noites", melancias, melões, para não falar das conservas de atum com sabor inigualável. Também não é por acaso que Germano Lima escreveu "Boavista: ILHA DOS CAPITÃES". Quem não conhece a Rua dos Capitães, onde moraram homens de grande valor como Ti Cuíno, Ti Plote, Nhô Xavier e Nhô Tatinho, grandes mestres do leme? Uma ilha que no século xix, aparece referenciada na rota dos baleeiros americanos como paragem para abastecimento de provisões. Por último, que dizer da sua Morna, sob o olhar cúmplice da Lua bonacheirona que nos transporta para momentos únicos de felicidade. A Boavista tem tudo para ser, não um paraíso, mas um precioso "oásis" de CABO VERDE. Basta QUERER...

MONTRA



Fotografia: Baluka Brazão


O centro da capital do país continua a produzir diariamente, cenas que demonstram claramente a incapacidade das autoridades municipais no sentido de se fazer respeitar os códigos de postura. O negócio informal que era exercido pelas rabidantes que justificavam essa sua postura com o facto de não conseguirem ter proventos suficientes em outros locais da cidade - e que tinham como mercadoria, legumes, peixe, carne e fruta -, passaram agora a todo o tipo de material que se possa negociar, aproveitando da melhor forma, a altura mais propícia para cada negócio. Nos dias que antecederam a abertura do novo ano lectivo, deparei-me com batalhão de vendedeiras, com os seus alguidares repletos de material que normalmente é vendido nas papelarias e, curiosamente, estavam posicionadas nos passeios que circundam uma das papelarias mais conhecidas do Platô, onde normalmente existem grandes filas de clientes nessa altura do ano. Esse quadro, apesar de um tanto ou quando surrealista, está a tornar-se normal e recorrente na cidade, mostrando a grande capacidade de sentido de oportunidade para o negócio, existente na mulher cabo-verdiana. Mas não são só elas que nos surpreendem, também os nossos irmãos do continente vêem-nos dando lições de como expor as suas mercadorias nas zonas mais atractivas desta área comercial da cidade. Até parece que existe um intercâmbio de experiência entre as duas partes que, de certa forma, vêem assim encontrada a formula para concorrer com as lojas chinesas que invadiram o Platô.
No entanto, este quadro, mostra claramente o grau de desorganização e falta de capacidade ou vontade para lidar com esta situação que vai arrastando e piorando com o passar do tempo.

Ta Sumara Tempo

A minha foto
Praia, Ilha de Santiago, Cape Verde

Jasmine Keith Jarret

Jasmine Keith Jarret

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