sábado, 22 de março de 2008

180 Grau


Abraão Vicente começou um novo programa televisivo na TCV, onde, um bocado ao seu estilo, se pretende dar uma nova visão, sobre a forma como é trabalhada e apresentada a notícia nos nossos semanários. Vi os dois primeiros programas e a impressão com que fiquei, foi que apesar de se colocar questões pertinentes, nem sempre há tempo suficiente para debater essas mesmas questões, ficando muito por dizer. Por outro lado, nota-se também que os comentadores sentem-se pouco à vontade para abordar questões em que os comentários possam ser conotados com um posicionamento político-partidário. No entanto é de se louvar este tipo de iniciativa, porque pode ajudar a trazer uma nova postura para os nossos jornalistas.

No último programa despertou-me especial atenção a questão da carta aberta dos trabalhadores da TACV e, confesso que esperava um debate mais profundo sobre este assunto que tem sido muito mal explicado, tanto interna como externamente. Aliás, a meu ver, o que tem falhado neste processo de reformas na TACV, é a forma como têm sido implementadas as directivas que são emanadas a partir da Direcção geral desta empresa. Não entendi ainda qual tem sido o papel das chefias intermédias da companhia neste processo, visto que, o que se tem assistido, é um despir de responsabilidades, em toda a primeira fase de reformas da TACV: foram despedidos quase uma centena de trabalhadores e, para além de se ter conduzido esse processo de forma desastrosa - colocando os trabalhadores perante o facto consumado -, ninguém sabe quem elaborou as listas dos empregados despedidos porque, quem o devia assumir não o faz. E, agora que me parece estar a começar a segunda fase dessa que reforma, tenho a sensação que muita da contestação que existe internamente, acontece porque, muita gente que sempre se sentiu confortável dentro da empresa pelos cargos que sempre ocupou - muitas vezes sem ter competência para tal – começa a ver sendo posto em causa o seu lugar – leia-se status -, e as regalias que sempre obteve na sua vida profissional.

Parece-me ser necessário fazer entender aos trabalhadores da TACV que, mesmo não gostando das medidas que se vem implementando, a sua obrigação, é dar o seu melhor para fazer com que a empresa melhore a sua prestação. Porque só assim, poderão continuar a lutar pela defesa dos seus direitos e interesses, dentro e fora da empresa, quando necessário. É necessário dar uma volta de 180 graus na mentalidade e na atitude da maioria dos trabalhadores desta empresa, para que entendam que nesta fase crítica que a TACV atravessa, é importante colocar a companhia á frente dos interesses pessoais.

Baluka Brazão

Ta Sumara Tempo

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Jasmine Keith Jarret

Jasmine Keith Jarret

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