quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ACEITAM-SE PROPOSTAS

José Maria Neves e Carlos Veiga, foram eleitos para a presidência dos respectivos partidos com valores entre os 60% e 75% de votos internos. Dos dois lados logo se providenciou no sentido de serem propalados os resultados, sinal da unidade partidária e do consenso interno na escolha dos líderes dos dois maiores partidos cabo-verdianos.
O MPD, para tentar desacreditar os resultados anunciados pelo PAICV, apresentou números ligeiramente inferiores aos do seu concorrente e alguns argumentos que nos levam a questionar esses resultados como sendo fidedignos.
Na verdade, se prestarmos atenção, veremos que a única preocupação, tanto do partido no poder como do partido na oposição, é a de se mostrarem melhor posicionados que o adversário para a disputa legislativa de 2011. De resto, continuamos à espera que se nos apresentem projectos que possam solucionar o grave problema do desemprego nas camadas jovens da população que já vai para além dos 42%; o grave problema de fornecimento de energia eléctrica e de água e os preços que se pagam por esses bens de necessidade; os números elevados do défice público (12%) para o ano de 2010 que nos indicam um consequente aumento da dívida pública e mais impostos para o futuro - ainda que esse aumento tenha sido justificado com o financiamento de obras de infra-estruturação que poderão resultar em alguma melhoria do bem estar das populações -… vai ser preciso fazer contas para se ficar a saber se realmente essas obras resultaram num incremento do bem estar social.
É que para além dos vários elogios que temos recebido e que devem encher de orgulho todos os cabo-verdianos, é preciso que se sinta que essas tão propaladas políticas públicas que se vem implementado nos últimos anos, tem revertido, de forma palpável, a favor da melhoria da condição de vida do povo cabo-verdiano.

2 comentários:

Edson Medina disse...

na verdade, Baluka, o PAICV publicou TODOS os dados referentes à eleições: inscritos, votantes, votos sim, nao, brancos, percentagens...o MPD esquivou-se dessa "accountability" e so disse que votaram 20 e tal mil pessoas e que a taxade participação foi de 60%.
Quanto a propostas, acho que o PAICV inovou com a ideia do 13º mês e com um conjunto de propostas inseridas na moçao de estrategia de JMN. A de Veiga ficamos por conhecer.dá-me o teu mail que te envio uma cópia)
Por outro lado Baluka, acho que as obras feitas e em curso falam por si: os aeroportos com o incremento do turismo na BV e a, ainda que ténue, melhoria do fluxo no ADP; a valorizaçao de terrenos, a valorizaçao de zonas de uma cidade em clara expansao, o que representa em termos de fluxo de produtos e de escoamento. Repare Baluka, que as obras, sao para o futuro, o que sempre faltou no planeamento desta cidade.
Mas devo dizer-te também Baluka, que o Estado não deve ser o principal empregador, aliás em CV já não é...temos essa terrivel mania de dar este farso ao Estado em CV. E esses dados de que falas, referem uma grande percentagem sim, mas de jovens entre 15/24 anos que devem ser absorvidos pelo sistema de ensino!!
Para terminar, gostaria de ver uma ideia inovadora tua tb, já que como disse o Rony do "geraçao" deve ser uma atitude de todos!
Abraços,
EM

Baluka Brazao disse...

Edson, na verdade não se pode questionar as obras que este governo tem feito e nem tão pouco comparar com o que o anterior não fez. Mas pode-se questionar o reflexo que essas obras estão a ter na melhoria da condição de vida dos cabo-verdianos. Mesmo tendo em consideração de que estas obras são para o futuro, teremos que fazer contas, pois que os impostos a pagar por determinados investimentos também são para o futuro e sabemos bem o quanto o orçamento do Estado depende dos altos impostos que já pagamos. O 13º mês, apesar de ser um ganho em termos de direitos laborais para os que já têm emprego, não vai resolver o problema das famílias que não têm renda e vai acabar por trazer mais beníficios aos que já têm uma melhor condição de vida. De resto, apesar do Estado não ser, nem dever ser, o grande empregador, o governo é o principal responsável pelo traçar e implementar de políticas económicas e não só, políticas que gerem emprego. Políticas que estimulem os investidores nacionais, e não só os estrangeiros, a investir em àreas geradoras de emprego. è preciso criar e implementar políticas que facilitem aos jovens, a criação de pequenas e médias empresas que por sua vez irão gerar emprego. E essas políticas devem ser estendidas á área da cultura, onde os jovens podem ter um papel muito importante, aproveitando para dar um outro cunho aos pacotes turísticos que se tem vendido lá fora e que já demonstraram ter muitas fragilidades e serem pouco sustentáveis. A meu ver, essa é uma grande responsabilidade do Estado.
Como vês, não questiono as obras, questiono as opções.
Bem não vou falar da questão energética e do abastecimento de água porque seria chover no molhado. prefiro ficar como Santomé, ver pra crer que os investimentos anunciados são para ser levados a sério e se vão ajudar a resolver os problemas existentes ou se serão apenas mais um paliativo. Para já, é de se saudar mais este projecto.
Abraço.
Baluka

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