terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

QUO VADIS MPD !!!

O MPD volta a passar por convulsões internas após derrota nas eleições legislativas, o que para muitos comentadores da política nacional, já era de se esperar. Como causa desta nova agitação é apontado o artigo de Miguel Sousa, ex-deputado do movimento, ao qual foi dado eco pelo jornal "A SEMANA".
Com a derrota eleitoral era necessário alguma tranquilidade no interior do MPD para se tirar as necessárias ilações das escolhas que alguns dizem terem sido impostas, mas com as quais, a maioria concordou, como sendo a única hipotese do MPD poder concorrer em pé de igualdade com o PAICV, nas eleições que este partido acabou por vencer com uma maioria absoluta.
O artigo de Miguel Sousa, publicado no seu blogue, e propalado pelo jornal A SEMANA, precipitou a tomada de decisões que se queriam ponderadas, porque dizem respeito a todos os que militam neste partido e porque, no MPD, não devem continuar a imperar decisões que possam continuar a dividir os militantes e simpatizantes do movimento, sob pena de serem relegados por muito mais tempo à oposição.
Apesar da total falta de oportunidade do artigo trazido a público por Miguel Sousa, este militante do MPD aponta uma série de razões pelas quais o actual presidente do MPD deveria renunciar o cargo que ocupa, entre os quais, o facto da derrota do movimento nas últimas eleições estarem fortemente ligadas a decisões tomadas por Carlos Veiga, e que vieram interromper o processo de renovação do partido, excluindo militantes que nos últimos anos estiveram a batalhar para que o partido pudesse ter uma outra cara e outros resultados nas eleições ora perdidas, e incluindo nas listas de deputados pessoas que nunca estiveram de alguma forma ligadas ao MPD.
É verdade que após uma derrota eleitoral é muito mais fácil fazer criticas deste género e torna-se até, de certa forma questionável a legitimidade de alguém que esteve tão intimamente ligado a todo este processo que levou á derrota do MPD nas últimas legislativas, vir fazer tais declarações publicamente, em vez de fazê-lo nos espaços próprios para este tipo de discussões, dentro do partido. Por outro lado, isso demonstra uma clara necessidade do movimento abrir-se a este tipo de discussões, uma vez que não é a primeira vez que acontecem este tipo de coisas dentro do MPD e que acabam por coincidir com momentos tão críticos, como são os momentos de campanha eleitoral e este que o MPD vive, de mais uma derrota, que deveria ser de introspecção e de tomada de decisões que visassem a congregação de todos á Volta dos novos desafios que o movimento tem pela frente.

9 comentários:

Anónimo disse...

"O problema é que o MPD é ainda um Movimento" ver artigo de opinião no Expresso.

Anónimo disse...

Caro Baluka, saudações
Parabéns pela lucidez e ponderação dos Post’s. A tua tranquilidade é exemplar e necessária. Compreendo a avaliação que fazes ao Post do Miguel. De facto ele coloca questões de oportunidade, intensidade e escala que podem legitimar leituras críticas. Também acho que se Miguel sentia o que diz sentir, e pensava o que diz pensar, teve muitas oportunidades para o fazer sem equívocos. Ao que parece, no MPD os militantes ainda não aprenderam a acertar o passo da crítica para com o líder. Parece, que desta vez Miguel Sousa chegou atraso, onde outros no passado chegaram adiantados (Por isso se retrataram, diz-se!).
A falta de oportunidade do Post de Miguel (que os militantes do MPD acham de oportunista, incoerente, e até de traidor) não oblitera aspectos relevantes, pertinentes, actuais e incontornáveis no discurso de Miguel Sousa. A minha leitura deste assunto encontra-la-ás no comentário ao artigo de opinião de Roselma Évora “MPD Mesti Muda”, no Expresso das Ilhas.
Concordo que o Post do Miguel chega tarde demais. Vou dizer, na minha perspectiva, porquê tarde, e quão tarde.
Todo o militante tem o poder, e o dever, da crítica. É isso que é esperado dele. Dizer o que pensa. Antes de mais no recato dos fóruns certos (os internos), por: dever de disciplina, dever de solidariedade, dever de respeito, dever de lealdade. A frontalidade e o desassombro são qualidade democráticas que amiúde geram anticorpus em muito boa gente, e em muita organização, sempre dados a pregar a liberdade e a democracia, a ética e a verdade. Mas quando confrontados com o que teoricamente apelam, sabemos como reagem. Estigmatizam, ostracizam, isolam e silenciam. O dever de tornar pública uma opinião não é negociável em nome de nenhum princípio se, e depois de, ter falhado o direito à diferença, ao contraditório à discordância no espaço de diálogo interno que necessariamente tem de existir dentro dos partidos. Toda a organização deve ter espaço para a diferença. Caso contrário é a apologia da asfixia do outro. O debate público é saudável, desejável e necessário. Sem qualquer tipo de autorização prévia ou tutela. Isto não significa ausência de regras. Educação, respeito pelo outro e pelas regras, aceitação das diferenças, elevação intelectual, rigor e exigência. Cabe aos MPDistas responder com argumentos e elevação crítica, ao Post de Miguel.
(Continua...)

Anónimo disse...

(...Continuação)
O atraso da crítica de Miguel resulta do sentido de desperdício pelas oportunidades de ouro que teve para o fazer. Distracção? Hesitação? Não sei! Cabe a Miguel responder. Dou um exemplo de monta. Se CVeiga representa tudo o que Miguel acha e diz, e esta avaliação aplica-se a todo o MPD (esta minha perplexidade está no tal comentário, embora seja assunto para regressar mais tarde), aonde estava Miguel Sousa e outros militantes, quando Carlos Veiga regressou? Hoje sabemos que à boca pequena muita gente viu com maus olhos esse regresso, por razões que já apontei noutro espaço. Mais do que ver com maus olhos muita gente não compreendeu a oportunidade de tal regresso, porque muita gente julgava que as cartas políticas já estavam lançadas, até que Veiga resolveu trocar as voltas a quase toda a gente. Mais ainda. Muita gente detestou a forma como Veiga chegou, viu e convenceu, umas hostes dóceis, amedrontadas, fragilizadas, incapazes de reagir. A FORMA como CVeiga expulsa (ou manda expulsar) Jorge Santos do seu caminho (no que é acriticamente obedecido), e depois o humilha colocando-o na primeira fila do seu espectáculo a bater-lhe palmas, é um dos episódios mais sórdidos e negros da nossa história política recente. Conheço os argumentos dos que defendem que não havia alternativa. Como? À honra? À dignidade? Ao self respect? À ética? Não havia alternativa? Peço desculpas, mas não aceito esse argumento. Quando Jorge Santos aceitou o desafio de Carlos Veiga para a liderança (pensei logo, Temos Homem!), consta que o santantonense quando deu por si estava literalmente sozinho no meio da arena a enfrentar o touro, sem capa nem espada, e com o público ventoinha a favor do touro é claro. Aonde estavam os opositores de Veiga? Para onde eclipsaram quase instantaneamente os “amigos” de Jorge Santos? Quem se opôs, dentro do movimento, e depois em público, a CVeiga e ao método de tomada do poder? Não me lembro. Do que me lembro foi ver JSantos domesticado a aplaudir (para onde sumiu o homem que disse ir a votos defender a sua liderança?), e um movimento de cócoras a cantar ‘God save the King’ em afinadíssimo coro. Nesta altura o artigo de Miguel, à parte a parte das eleições e da derrota, teria feito todo o sentido. Teria sido um gesto de coragem política, de frontalidade democrática, de exigência de dignidade, e de defesa intransigente da honra e da ética como limite. Se o fez não me recordo. Se não fez, devia ter feito. Em nome e a favor da ética, da verdade, da transparência, da dignidade, do direito à diferença e da democracia interna. Que o público saiba (eu falo como público anónimo), assistimos ao plebiscito e consequente entronização de CVeiga, sem oposição, e no meio da maior aclamação. Hoje sabemos que o ruído (como sempre acontece) encobria e camuflava muito silêncio amargo, muita vontade de gritar NÃO CONCORDO!
Por isso chega tarde a crítica de Miguel Sousa, independentemente da validade e mérito de alguns argumentos que ele esgrime.
Desculpa o espaço que ocupei.
Gr Abraço
ZCunha

Baluka Brazao disse...

Zé Cunha, não tens que pedir-me desculpas por deixares aquí a tua opinião, sempre muito coerente e válida. Acho que acabamos por concordar em quase todos os aspectos que abordaste. Acho que ficou provado que o grande erro de Jorge Santos foi não ter ido a eleições internamente e ter entregado o poder a Carlos Veiga de bandeija. Esse gesto em vez de unir os militantes e simpatizantes do MPD teve o efeito contrário. Para além de Jorge Santos ter caído em descrédito junto dos militantes e simpatizantes do movimento, acabou por autorizar a Carlos Veiga a fazer o que bem intendesse em termos de opções estratégicas para as eleições que se revelaram completamente erradas.
Mas é claro que depois de ver os resultados torna-se muito mais fácil criticar essas opções.
Abraço.

da caps disse...

Acho é que nesse partido (os militantes) se dá muita importância a factores externos irrelevates.

Se não vejamos:
-uma opinião num blog pessoal de um ex-deputado...
-um artigo de uma analista que nada tem a ver com o partido, pelo contrário...

Abstraiam disso e ponham foco no que interessa.

Estes resultados são tão somente cnsequência de um processo eleitoral atípico.
Na minha opinião, se não houvesse um Carlos Veiga a derrota seria maior.

Baluka Brazao disse...

Da Caps, eu também não acredito que sem Carlos Veiga os resultados pudessem ter sido melhores. Contudo, parece-me que a estratégia usada pelo MPD, aliada ao regresso de Carlos Veiga á liderança do movimento falhou e que é preciso tirar ilações dessa derrota e dos actos que contribuiram para tal resultado. E a meu ver, isso passa, em primeiro lugar, por resolver os problemas internos e só depois olhar para os factores extrínsecos.

Unknown disse...

bal, mi pelo contrario nta atxa expremamente oportuno um analise di kela. 1 podi e fla tudu kuse kin sta ta pensa. 2 pamo MPD e um instituison nacional i kantu mas fraco pior pa democracia na cv. 3. pamo enquanto partido e sta ta presta mau servico a nacao.

Baluka Brazao disse...

Tide, kêl falta di oportunidadi ki mi m atxa ma tivi, foi em relação a tempo e a espaço undi ki ê foi feito. Principalmente si nu lêba em konsidêrason lugar di Miguel Sousa dentro di MPD. Contudo m ta konkorda ma êl é necessário.

Unknown disse...

djan kaba di odja kuse ki ASEMANA fazi. francamenti. inton omi ta screbi si artigo es e ta fazi copy & paste, publical i alimenta polemica. francamente kela e pirataria. Jornalista poderia muito bem comentar analisar sei lá trabalhar a informação enquanto jornalista e direccionar o conteudo. desse jeito parece que a intenção é só provocar e pelos vistos conseguiram. 219 comments fala serio!! abs Bal.

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