domingo, 30 de maio de 2010

UMA EVENTUAL CANDIDATURA SUPRAPARTIDÁRIA


Jorge Carlos Fonseca, o Zona, está no terreno de uns tempo para cá, medindo e procurando congregar o maior número de apoiantes para a sua eventual candidatura à presidência da républica em 2011. O candidato a candidato que encontramos ontem no espaço Plaza, na Praia, para uma conversa ao sabor de um bom café, foi um Zona realista, conhecedor da nossa realidade política e que como tal, sabe que concorrer a novas eleições presidênciais sem o apoio de um dos dois partidos que congrgam a maioria dos votos no país seria quase que entrar na disputa já sabendo o resultado, que certamente, redundaria numa derrota semelhante á que aconteceu nas outras eleições em que participou.
Apesar de alguns dos apoiantes presentes terem um entendimento diverso, defendendo que Zona consegue ser um real candidato supra partidário, e que não deveria ficar dependente do apoio do MPD para avançar com a sua candidatura, parece-me a mim também, que seria uma tarefa muito complicada fazer entender aos caboverdianos que o presidente da républica não é uma figura política da soberania nacional que deva estar colado a qualquer partido político e, que, como tal, no momento de votar, deverão escolher o cadidato que melhor possa defender as populações dos possíveis atropelos à constituição que os governos sustentados pelos partidos políticos por vezes cometem, na ânsia de porem em prática as políticas que julgam ser as melhores para dar continuidade ao desenvolvimento do país.
Sendo inquestionável que o percurso académico, profissional político e pessoal de Jorge Carlos Fonseca jogaria como sendo uma mais valia para o cargo para o qual pretende concorrer e, consequentemente, para o país, parece-me de todo irreal pensar que se poderia, de alguma forma, dissociar a figura de Jorge Carlos Fonseca da do MPD, partido no qual já não milita desde 1995, se não estou em erro.
Porém, apesar dessa desvinculação formal, é obvio que continua a existir uma ligação dita de simpatia, do eventual candidato, por este partido, e, uma total dependência do seu apoio que pode ser a garantia de vir a sair viturioso na disputa eleitoral. Mas, por outro lado, essa mesma ligação poderá funcionar como uma desvantagem no momento de convencer a todos os caboverdianos que este é um presidente apartidário, que a sua candidatura está acima de qualquer ligação a qualquer partido político, principalmente, quando se trata de convencer aqueles que votam nas presidenciais por sugestão do partido no qual militam ou dos quais são meros simpatizantes.
Portanto, seguindo essa linha de raciocínio, parece-me que, apesar das alteraçoões feitas na última revisão constitucional e que veio alargar a distância entre as eleições legislativas e presidênciais, o resultado das primeiras irá influênciar o resultado das segundas de uma forma directa. Daí a total dependência dos candidatos às precidenciais, do apoio dos dois maiores partidos da cena política cabo-verdiana.

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Jasmine Keith Jarret

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