Terminei o ano a ler MITOgrafias, o livro de poemas de Arménio Vieira que me foi oferecido por um grande amigo preocupado com essas coisas, e que fala de poemas feitos com pauzinhos de fósforos, porque a construção de um homem deve fazer-se na vertical!
Neste momento que se preparam as eleições autárquicas e que os políticos se agarram a todos os meios para fazer calar as vozes indesejáveis, pensando que matando-as estarão resolvidos todos os seus problemas, tratando o povo por asno, burro ou jerico, acredito que não se deram ao trabalho de ler Arménio vieira. Porque senão, teriam outro tipo de atitude para com os que lhes tentam chamar atenção para a sua conduta errante. É que o problema não está no que se diz, mas no que se vê e no que se sente!
Por isso, deixo aqui um dos poemas de Arménio Vieira, que me ficou na cabeça:
Analogias
O profeta Isaías deixou sinais
de que Jesus Cristo era o Messias.
Um oráculo, em Delfos, indicou
Sócrates como o mais sábio
dos homens. Nenhum deles escreveu.
Para quê? Tanto Platão como Paulo
são apologistas insuperáveis.
Os dois morreram de morte cruel:
Sócrates bebeu da taça, Jesus
Foi trespassado por uma lança.
Ambos sabiam que a morte
não é o fim, o espírito supera
a carne. Cristo morreu
e ressuscitou. A morte
de Sócrates foi um mal entendido.
Quem sonha é porque está vivo.
Arménio Vieira
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